Nas suas duas edições anteriores (2006 e 2012), o LENAD forneceu índices nacionalmente representativos sobre o consumo das principais substâncias de abuso e permitiu, através da comparabilidade das duas ondas do levantamento, o conhecimento das tendências de uso de álcool e tabaco, através de análises em séries históricas.
A segunda edição do LENAD foi talvez, a pesquisa com maior reverberação de dados científicos sobre uso e dependência de drogas no Brasil. Foi o único levantamento nacional epidemiológico de drogas que se utilizou de técnicas para a garantia do sigilo e discrição dos respondentes, obtendo assim índices mais confiáveis sobre o consumo de drogas ilícitas no país.
Combinados, os dois levantamentos domiciliares têm fornecido, tanto à comunidade científica como à sociedade em geral, uma infinidade de descobertas sobre o uso de drogas extremamente relevantes para embasar políticas públicas na área da saúde mental.
As duas ondas da pesquisa exploraram vários fatores de risco para o consumo e dependência de sustâncias como depressão, eventos adversos na vida precoce, violência doméstica e urbana, qualidade de vida e outros fatores de risco. No entanto, várias questões importantes ainda estão sem resposta devido ao desenho e as limitações quanto ao tamanho da amostra de ambos os levantamentos.
Desde a sua primeira onda, em 2006, mudanças sociais importantes no país levaram a diferentes padrões de consumo de drogas. O consumo de crack e cocaína tornou-se um importante problema de saúde pública, gerando a demanda para investigações mais profundas e o conhecimento das tendências históricas de consumo, ainda não conhecidos para a população Brasileira.
As limitações quanto ao tamanho da amostra dos levantamentos bem como a impossibilidade de comparação de seus resultados quanto ao consumo de substâncias ilícitas (aprimoramento da metodologia de sigilo) fazem, portanto, a realização de uma terceira onda essencial.
No que concerne o monitoramento epidemiológico do uso de drogas, o conhecimento de tendências das prevalências de consumo no decorrer do tempo traduz-se na detecção de aumentos ou diminuições no consumo de drogas e problemas associados, informação essencial para a determinação de prioridades no campo da prevenção e elaboração de políticas públicas mais pontuais e efetivas quanto a disponibilidade de serviços de tratamento e assistência social.
O conhecimento das tendências no consumo de substâncias pela população é urgente e essencial para a determinação de prioridades no campo da prevenção e assistência.
A realização do terceiro LENAD é, portanto, essencial para fornecer as informações necessárias para o planejamento da disponibilidade e distribuição de serviços de amparo psicossocial para dependentes químicos.
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